sábado, 11 de maio de 2013

Como um cara acorda

Bom dia Vietnam !!

Narrarei a história de como um cara acorda, poderia mudar o personagem para um ogro, troll, qualquer aberração, mas achei melhor usar um cara comum, fica mais fácil de imaginar.




O cara acorda, cabeça pesada, a noite foi intensa, tanto para seu corpo quando para seu coração. Seus olhos mal conseguem abrir, e no final da caverna ele vê a luz do dia, parece um céu azul, limpo, daqueles que precedem dias melhores, más para o cara, não passa de uma ilusão, por trás há ainda uma imensidão de universo com seu caos, alterando quando quer a ordem das coisas, marcando o tempo em cordas invisíveis, fazendo com que cada piscada de olho seja um desperdício da nossa curta vida.

Se levanta do leito, pelo menos isso ele não poderia reclamar. Ele sacode as pedras que foram jogadas contra ele na noite anterior, e já nem ligando para a dor, conseguiu dormir em meio aquela selvageria. Para o cara, tanto faz como tanto fez, a dor passou a ser ignorada pelo corpo, e seu coração, já estava anestesiado por mais uma noite embriagando-se, na tentativa de que diante da inibição, seja proferidas e escutadas palavras sábias.

Um monstro estranho vem do fundo da caverna chutando as pedras que também lhe acertaram, fazendo um barulho assustador, babando, esfomeado, com olhos vermelhos sedento por só um pouco de água fresca! E ele vinha, e mesmo sem entender o que acontecia, ele parou e esperou o cara. Sua monstruosidade não lhe incomodava, e digo isso para ambos, cada um se olhava no espelho e via um ser melhor, diferente. O monstro, ou melhor, a besta, seguia o cara para aonde fosse, e o cara estava perdido, na esperança de encontrar água para matar aquele sede que um trago de whisky pode fazer com o corpo da pessoa.

Nem todos os fatos ocorrendo simultaneamente fizeram com que o cara esquece-se daquilo que o fez isolar. Ninguém se isola porque quer, isola-se porque precisa. Se nesse mundo não conseguimos encontrar uma resposta clara é porque há algum problema. Aqui na Terra é assim, para todo problema existe uma solução. Alguns problemas ainda não foram pensados como se devia, por isso não tem solução, ainda!! E se na Terra não tem a solução encontrada, é melhor pegar as tralhas e isolar, aonde o silêncio pode reinar, aonde podemos agarrar nossa origem, pisar na terra, que abriga-rá nosso corpo quando todos já tiverem se resignados. E é lá na caverna que o cara conseguirá encontrar a resposta dentro dele, podendo ser que o problema seja ele, ou a solução.

Indignado com o andar da carruagem, o cara parte para mais uma viagem, irá buscar conhecimento em sua terra natal, e é lá que mora o perigo, porque já dizia a Bíblia, nenhum profeta é bem recebido em sua casa.

Felippe Frigo

O Mito da Caverna

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sinais de vida


E foi neste dia que não chorei, um corriqueiro e rotineiro dia de semana, aonde a poesia se faz viva, se fez arte, de natureza única, inserida em um contexto único no espaço-tempo.

O céu parecia tenebroso, pesado, o ar (tão essencial  em certos momentos chegava a engasgar, sufocar o ser humano, que em certo entender, da natureza, é um verme, que procria, destrói, consume e cospe no prato em que come. Ela tenta se desfazer de nós de todos os jeitos, como um câncer que se espalha rápido, e nem o perigo nuclear é capaz de deter. Os deuses choravam e jogavam seus raios, de brilho infinito e poder mortal, afugentavam suas crias, mas elas eram persistentes.

Más temos o hábito de esperar ajuda, claro, não somos capazes de curar, de vencer o que já nos foi programado. Olhávamos para o horizonte a procura de algo belo e seguro para nos apoiar. Nessa hora, nada que possamos produzir supri a carência. E lá estava, claro e imponente pedaço de esperança, agarrado às bordas da percepção, e não entendemos de limites, nem chegamos lá ainda, andamos olhando para os nossos pés, não enxergamos o que há além, não nos damos tempo para pensar no que poderemos fazer, estudando o caminho.

Ao contemplar tal ensinamento da natureza, passei a entender a minha parte nela, e nela encontro alívio, repouso, pois também sou da terra e ela me proverá, e de tão piedosa que é, nos acolhe até no momento em que nossa carne fria, que parece ser sem utilidade, alimentará outro ser, outro verme.


Felippe Frigo
Herdeiro da Terra


Ao som de:

Jethro Tull - Dharma For One
Sweet Smoke - Just A Poke

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Monumento a um jovem monolito

Ao completar trinta anos, você ganhará os olhos duros dos sobreviventes. Só verá sua amada na parte da manhã e da noite, só encontrará seus pais de vinte em vinte dias. E quando seus velhos morrerem, você ganhará um dia de folga para soluçar e gritar que deveria ter ficado mais próximo deles. Sorria, você é um jovem monolito e a vida vai ser pedrada. O trabalho é uma grande cadeia e você sentirá muito alívio por ter uma. A cadeia engrandece o homem, o sangue do dinheiro tem poder. Reze. Reze ajoelhado por uma carreira, dê a sua vida por ela. Viva como todo mundo vive, você não é melhor que ninguém. Porque o dinheiro move montanhas, o dinheiro é a igreja que lhe dará o céu. Sorria, você é um jovem monolito e o mundo é uma pedreira. Eles irão moer você todinho. De brinde, muitos domingos para chorar sua falta de tempo ou operar uma tendinite. Nas terríveis noites de domingo, beba. Beba para conseguir dormir e abraçar mais uma monstruosa segunda-feira. Aquela segunda-feira que deixa cacetes moles e xoxotas secas para sempre. A vida é uma grande seca, mas ninguém sente calor: Nas salas refrigeradas, seus colegas de trabalho fabricam informação e, frios, sonham com o dia dez do próximo mês. Você é o Babaca do Dia Dez, não há como mudar o seu próprio destino. Babaca que acorda assustado, porque ninguém deve atrasar mais de vinte e cinco minutos. Eles descontam em folha e você é refém da folha, do salário, do medo. Ninguém tem o direito de ser feliz, mas você ganhará a sua esmola de seis feriados por ano. E todos nós vamos enfrentar, juntos, um imenso engarrafamento até a praia. Para fingir que ainda estamos vivos. Para mostrar que ainda somos capazes de sentir prazer. Para tomar um porre de caipirinha sentado em uma cadeirinha de praia. É uma grande solução. E você ainda ganhará quinze dias de férias para consertar a persiana, pagar contas, fazer uma bateria de exames. Ninguém quer morrer do coração, ninguém quer viver de coração. Eu não duvido da sua capacidade de vencer: Lembre disso no primeiro divórcio, no primeiro infarto, no primeiro AVC.

André Dahme

terça-feira, 16 de abril de 2013

Só o que está ai



Eu sou uma mistura de influências
Você também é
E nossos somos essa beleza toda
Ponto final

Felippe Frigo
Músico sem dom



terça-feira, 2 de abril de 2013

Mantra urbano

Mudança de atitude
Mudança de atitude
Mudança de atitude, doa a quem doer
Mudança de atitude, doa a quem doer
Mudança de atitude, doa a quem doer e vou rir

Mudança de atitude, doa a quem doer e vou rir muito !!
Vou rir muito quando tudo isso passar

Vou rir muito quando tudo isso passar
Vou rir muito
Depois acaba a graça.


Felippe Frigo
Guru de estacionamento.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Lacan não podia ter feito isso !! (no sense)

E eu ainda fico preocupado (e vou dormir pensando) se as pessoas (que nem conheço) são virgens.

Não sei se o fim do mundo está próximo, ou até mesmo o fim de uma única vida, única porque ela só foi vivida daquele jeito, mas que poderia ter terminado diferente.

Fico preocupado com o pensamento balístico e impreciso do jovem rei norte coreano. Nem sei se é rei, só sei que é jovem, e se usa óculos, é provável que envie um míssil para o Brasil. Por mais que lá já seja dia, aqui é noite, deixa eu dormir pô!!

Cansa ir dormir pensando na prova, pensando no meu time perdendo a liderança, cansa não ter sonhos bons.


Good Dia Vietnam !!!

Felippe Frigo
Psicólogo de mãos vazias.

terça-feira, 12 de março de 2013


Dizia-se num post no Facebook, na página do Imagens Históricas:

"Agarrando-se à vida.

Esta imagem foi registrada em em 19 de agosto de 1999, durante uma operação de espinha bífida, no interior do útero materno, de uma criança de apenas 21 semanas.

Segundo o próprio fotógrafo: "O menino tirou sua mão através do orifício que haviam feito no útero da sua mãe. No momento que o médico levantou sua mão, o pequeno reagiu ao tato e deu um pequeno aperto. Como se provasse sua força, o médico agitou a mão. O menino a agarrava forte."

Texto de Diego Vieira
Administração Imagens Históricas"


Agora volte a olhar a imagem e pense na história. E agora José? Manda outro Jesus para atualizar seu pensamento.
Cansado dessa vida de não ter preso meu tempo no tempo dos outros, resolvi assistir às aulas, procurando também não me agarrar a visão cientifica que temos que ter no universo acadêmico. Queria entender o porque de muita coisa em nosso corpo, pequenas estruturas podem se comportar com tal eficiência que parece ter consciência do que está fazendo, e sabendo de sua vital importância, não desiste, resiste ao que vem de fora, interage até com quem não pode, se abre para todos, recebe e doa, doa a quem doer. O sentido inicial do pensamento é saber de onde ele advém. Como posso ter consciência da minha existência se eu nem sei o que é ter consciência. O que este ser da imagem devia estar tentando fazer, instinto? Necessidade de vida, de interação. Entender !!!

Fica a seu cargo o resto.


Felippe Frigo

Diplomata de buteco