segunda-feira, 29 de abril de 2013
Sinais de vida
E foi neste dia que não chorei, um corriqueiro e rotineiro dia de semana, aonde a poesia se faz viva, se fez arte, de natureza única, inserida em um contexto único no espaço-tempo.
O céu parecia tenebroso, pesado, o ar (tão essencial em certos momentos chegava a engasgar, sufocar o ser humano, que em certo entender, da natureza, é um verme, que procria, destrói, consume e cospe no prato em que come. Ela tenta se desfazer de nós de todos os jeitos, como um câncer que se espalha rápido, e nem o perigo nuclear é capaz de deter. Os deuses choravam e jogavam seus raios, de brilho infinito e poder mortal, afugentavam suas crias, mas elas eram persistentes.
Más temos o hábito de esperar ajuda, claro, não somos capazes de curar, de vencer o que já nos foi programado. Olhávamos para o horizonte a procura de algo belo e seguro para nos apoiar. Nessa hora, nada que possamos produzir supri a carência. E lá estava, claro e imponente pedaço de esperança, agarrado às bordas da percepção, e não entendemos de limites, nem chegamos lá ainda, andamos olhando para os nossos pés, não enxergamos o que há além, não nos damos tempo para pensar no que poderemos fazer, estudando o caminho.
Ao contemplar tal ensinamento da natureza, passei a entender a minha parte nela, e nela encontro alívio, repouso, pois também sou da terra e ela me proverá, e de tão piedosa que é, nos acolhe até no momento em que nossa carne fria, que parece ser sem utilidade, alimentará outro ser, outro verme.
Felippe Frigo
Herdeiro da Terra
Ao som de:
Jethro Tull - Dharma For One
Sweet Smoke - Just A Poke
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